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Com a tradição que o ano só começa “após o Carnaval”, as festas enfim passaram e começa agora oficialmente a temporada de pensar nas próximas conquistas, desenhar planos e colocar a mão na massa para realizá-los. Isso vale tanto para os profissionais individualmente quanto para os times.
Mas antes de qualquer iniciativa, porém, o diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, Fernando Mantovani, recomenda um breve exercício de memória.
“Você se lembra dos planos feitos no início de 2023? Conseguiu executá-los ao longo do ano? A maioria das ideias saiu do papel? Quem respondeu sim para as três perguntas pode se considerar uma exceção de sucesso”.
Ele afirma que muitos não conseguem levar adiante o planejamento feito lá atrás e desistem de tudo depois de poucos meses, outros chegam em dezembro com realizações bem abaixo do esperado. Os desafios e os imprevistos do dia a dia frequentemente atropelam nossas boas intenções.
“Realizar o planejado nunca foi fácil e a situação piora em planos que pecam pelo excesso de metas, de detalhes ou de ambição. Complexos demais, eles se tornam incompatíveis com a realidade. Por essa razão, sempre insisto que um bom planejamento de carreira (isso vale para o aspecto pessoal também) passa obrigatoriamente pelo autoconhecimento”, comenta o especialista.
Ele reforça que compreender a fundo as próprias limitações e possibilidades (de tempo, dinheiro, temperamento, habilidades, etc) é essencial para construir um plano exequível. Menos é mais. Antes um documento enxuto, consistente e com foco em poucas conquistas do que uma avalanche de ideias e promessas bonitas e pouco realistas.
Mantovani explica que outro aspecto crucial é ter uma visão completa e atualizada dos objetivos definidos. Se a meta é uma promoção, é necessário saber que qualificações, expectativas e desafios estão ligados ao cargo desejado, na empresa e no mercado. As informações e opiniões podem ser obtidas com leituras, conversas, vídeos e podcasts.
“Uma dica importante é fazer da execução do plano algo minimamente prazeroso e conectado ao próprio universo. Alguém extrovertido irá preferir aprimorar o inglês em grupo. Uma adepta de corrida pode incrementar suas soft skills ouvindo entrevistas e palestras enquanto corre. A criatividade ajuda muito nesse ponto”.
Para ele, também é essencial acompanhar os resultados obtidos periodicamente. Deixar para fazer um balanço das conquistas somente no final do ano impede os necessários e bem-vindos ajustes na rota. Flexibilizar ou modificar as ideias em função dos limites da realidade aumenta as chances de o planejamento dar certo.
O pós-folia marca o verdadeiro início do ano para a maioria de nós. Seja porque estávamos de férias, ou com menos trabalho, ou menos equipe, tudo fica mais lento até que passe o carnaval. Depois dele, o ritmo muda bastante e levar isso em conta ajuda no timing de execução dos planos. Os líderes, é claro, podem (e devem) conduzir esse período de transição, do descanso para a retomada das atividades, de modo consciente e respeitoso.
A seguir, o especialista compartilha algumas medidas para entrar novamente na rotina:
“Por último, mas não menos importante, é preciso comemorar as pequenas e grandes vitórias obtidas em cada etapa do plano executado. O reconhecimento do esforço, individual ou coletivo, não apenas alivia a pressão, mas nos enche de ânimo para continuar perseguindo os objetivos”, finaliza o diretor-geral.
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